quarta-feira, 14 de julho de 2010

Som do BIP

Eu ja estava cansada! Cansada de ter que acordar todos os dias e saber comoseria meu dia. Saber que teria que me levantar, me arrumar e me olhar no espelho. Teria que ir pra escola me sentindo assim, gorda! Gorda e cada diz mais gorda! Nao entendeia isso. Passava horas e horas sem comer e continuava gorda. Cheguei a conclusao que odiava meu corpo. Nao, que me odiava!
Meus dias era sempre iguais. Minha rotina era apenas conviverver com a dor. Muita dor!
Dias se passavam, e nada mudava. Apenas minha imagem perante o espelho. Cada vez mais gorda.,
Acordava todos os dias pensando em que eu iria regurgitar. Meu estomago estava vazio à tempo.
Não queria levantar. Sabia que iria ouvir os esporros da minha mae logo pela manhã e já  nao tinha mais forças para isso. Não tinha mais forças nem para me manter em pé. De uns tempos pra cá, eu mal abria meus olhos.
Com tudo isso, eu sentia um ar de preocupação por parte de minha mae. Ouvia seus soluços que nao me enganavam. Ela chorava todos os dias.
Meus dias passavam mais lentamente, e minhas dores me trepudiavam.
Chegou um dia entao, em que fui dispertada por um 'BIP' diferente do qeu de meu relogio. Um BIP chato e insurdecedor. Tentei abrir meus olhos, mas minhas forças eram flácidas, e havia ajuda de uma enorme lampada, a qual estava situada na direcao de meu rosto. O rosto que eu sentia mais corpulantio a cada instante.
Procurava pelo BIP, e senti uma lágrima morrer em minhas bochechas humosas. Consegui decifrar a sombra. Era minha mae, mais uma vez chorando.
Assim, percebi uma movimentacao maior onde me encontrava. Sentia um ar de sofrimento, ouvia o BIP aumentar, assim como minha dor que se dilatava mais a cada segundo que passava.
Agora, as poucas sombras embaçadas que via, desapareceram. Assenti apenas a presença de uma luz, nao mais da lampada gigantesca, mas uma luz que me puxava, me levava. Era como se estivesse flutuando (se desse para flutuar, gorda daquele jeito). No fundo escutava  o BIP longo e uma voz serena, soluçante que soara um doloroso e acolhedor 'NAO' (um grito).
Me sentia agora só, em um mundo diferente, onde ainda me via mais e mais gorda.Não estava mais na Terra.
                   Post: Hellen C.Z