quinta-feira, 15 de julho de 2010

A JANELA

Eu tinha medo! Um medo que me corroia por dentro. Eu mal dormia.
Todos tem medo, eu sei que tem.
Mas o meu medo, é pior que todos.
Toda noite ela estava lá, no meu quarto. Me olhava de um jeito, parecia que iria me engolir. E por tráz dela, uma escuridao. Escuridao sem fim.
E eu tinha medo! Soltava alguns ruidos, e minhas pernas tremiam, e eu tinha mais medo.
Não, eu nao posso ser assim! AMIGA, me ajude. Ah, eu sei que nao sou covarde. Eu sei, eu sei! Vamos menina, enfrente-a.
Como?! Tenho qeu soltar o leão dentro de mim. Arrrh!
E meu medo me faz cansada. Adormeço. Adormeço e ela está em meus sonhos. Lá! Me olhando.
Mas eu meus sonhos nao há escuridao. Em meus sonhos ela traz o brilho do sol, o cantar dos passaros.
Assim, acordo intusiasmada, sorrindo... Olho para o lado, ela continua lá, me olhando, me olhando com a mesma escuridão de sempre, me olhando como se fosse me engolir. Ela continua me olhando, e meu medo ridiculo continua crescendo em mim. Vai ser sempre assim, toda noite ela lá, me olhando, olhando...

                   PS: este é um monologo, inspirado em uma obra de arte, e foi feito e encenado na uma aula de artes!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Som do BIP

Eu ja estava cansada! Cansada de ter que acordar todos os dias e saber comoseria meu dia. Saber que teria que me levantar, me arrumar e me olhar no espelho. Teria que ir pra escola me sentindo assim, gorda! Gorda e cada diz mais gorda! Nao entendeia isso. Passava horas e horas sem comer e continuava gorda. Cheguei a conclusao que odiava meu corpo. Nao, que me odiava!
Meus dias era sempre iguais. Minha rotina era apenas conviverver com a dor. Muita dor!
Dias se passavam, e nada mudava. Apenas minha imagem perante o espelho. Cada vez mais gorda.,
Acordava todos os dias pensando em que eu iria regurgitar. Meu estomago estava vazio à tempo.
Não queria levantar. Sabia que iria ouvir os esporros da minha mae logo pela manhã e já  nao tinha mais forças para isso. Não tinha mais forças nem para me manter em pé. De uns tempos pra cá, eu mal abria meus olhos.
Com tudo isso, eu sentia um ar de preocupação por parte de minha mae. Ouvia seus soluços que nao me enganavam. Ela chorava todos os dias.
Meus dias passavam mais lentamente, e minhas dores me trepudiavam.
Chegou um dia entao, em que fui dispertada por um 'BIP' diferente do qeu de meu relogio. Um BIP chato e insurdecedor. Tentei abrir meus olhos, mas minhas forças eram flácidas, e havia ajuda de uma enorme lampada, a qual estava situada na direcao de meu rosto. O rosto que eu sentia mais corpulantio a cada instante.
Procurava pelo BIP, e senti uma lágrima morrer em minhas bochechas humosas. Consegui decifrar a sombra. Era minha mae, mais uma vez chorando.
Assim, percebi uma movimentacao maior onde me encontrava. Sentia um ar de sofrimento, ouvia o BIP aumentar, assim como minha dor que se dilatava mais a cada segundo que passava.
Agora, as poucas sombras embaçadas que via, desapareceram. Assenti apenas a presença de uma luz, nao mais da lampada gigantesca, mas uma luz que me puxava, me levava. Era como se estivesse flutuando (se desse para flutuar, gorda daquele jeito). No fundo escutava  o BIP longo e uma voz serena, soluçante que soara um doloroso e acolhedor 'NAO' (um grito).
Me sentia agora só, em um mundo diferente, onde ainda me via mais e mais gorda.Não estava mais na Terra.
                   Post: Hellen C.Z

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sonhar!

Cansada! Cansada desse mundo fútil, dessa vida inútil, de ter que acordar todo dia, já sabendo como vai ser meu dia. Cansada de ter que olhar para as mesmas pessoas sempre, e disfarçar. Já não aguento mais todos esses olhares que me fazem acreditar que sou um monstro. Talvez se alguém tivesse  educação de perguntar como estou! é constrangedor viver na nossa sociedade. Uma sociedade de consumo, cercada por sorrisos falsos, sentimentos sensatos.
e saudades, saudades daqueles tempos que não voltam, saudades das historias de princesas, onde tudo, no final, sempre dava certo. Era incrível imaginar um sorriso verdadeiro, onde tudo girava em torno do amor. Bons tempos, quando não sabíamos a realidade do mundo, e apenas acreditávamos no próximo. Brincar na rua, sair com os amigos virou sinonimo de violência, de guerra! Hoje, devemos desconfiar ate de nos mesmos. é triste um mundo assim. E eu fico a imaginar, como ele estará daqui uns tempos. não haverá mais balas, serão apenas drogas enrolados em um papel colorido. ao haverá mais o sorriso, será apenas um gestos pra demonstrar o quão falso você é. é o acabou, tudo acabou.
o castelo da princesa não existe, o bem não vence mais o mal, e não há mais historias de amor. casamento se tornou festa, luxo, e acaba depois de dois meses.
mas, enquanto existir as crianças, que acreditem em fadinhas, que acreditem nas lindas e falsas historias de amor, ainda existira o mundo bom. assim, ainda existira alguém nesse mundo, que ficara feliz só por presenciar um sorriso de uma criança, e que preservara as balas de verdade, e se sentira feliz apenas por ouvir um Bom dia de uma princesinha. Em meio disso tudo, eu anda acredito nos meus sonhos, e percebo que sonhar é a melhor coisa a se fazer no momento!
                                Post: Hellen C.Z

sábado, 3 de julho de 2010

As duas mulheres

Saudade acordou com frio, naquela noite sem fome, enquanto sombras de acácias mal iluminadas lembravam laços de uma infância perdida. Muitas vozes ainda podiam ser ouvidas, o que é bem distinto de serem bem compreendidas. Aliás, nada era fácil de entender: as palavras assumiam personalidades várias, sentidos múltiplos, como se fossem fragmentos de cores misturadas na paleta antiga do artista decaído, enfim!
Não muito distante dali, outra mulher de outros afetos ignorava qualquer proibição. Esperança, extasiada com os próprios e mirabolantes planos, antevia viagens, recitava em saraus, bebia vinhos, compartilhava jóias e colchões. Enxergava com inacreditável lucidez o beijo moreno, o abraço de pernas, o encontro dos hálitos... e sorria, sorria de prazer prévio, esquecendo ou simplesmente desprezando qualquer infeliz eventualidade do porvir.
Em algum lugar desconhecido as duas haverão de encontrar-se?! Saudade e Esperança talvez se reconheçam na boa hora do almoço, entre centenas de comensais distraídos nas muitas solidões que os acompanham. Ou, quem sabe, o encontro acontecerá em noite de lua cheia, de poesia no ar, ao lado do murmúrio prazeroso de casais ainda novatos na arte de desconhecerem-se. Pode ser, até, que jamais Saudade e Esperança se choquem na estação do metrô, que não sejam vítimas do mesmo criminoso da rua escura ou que deixem de frequentar a missa das cinco horas sem nunca terem se dado as mãos para a oração que o pai nos ensinou.
E tudo continuará como está. Saudade atrapalhando o sono. Esperança acalentando o sonho. E alguém, sem nome certo, seguindo com seu cansaço de sempre.